Agora eu sou
Esqueça esse escudo
Agora eu vou
E depois de toda essa pequeneza
Me leva pro mundo
Com toda essa certeza
De que não sou mais mudo
Com essa riqueza
De quem não sabe de tudo
Que quer aprender a ver
Aprender a sentir de novo
Vestir de amor meu ser
Disseram-me tanto
E ao mesmo tempo disseram-me nada
Foi tudo pranto
Historia mal acabada
Já deu-se a hora
Primavera
Beltane agora
Ja deu-se o dia
A noite é Dele e eu sou sua aurora
Pai cornudo
Pai da selva me protege
Grande chifrudo
Mãe das mães
Acompanha-me tanto
Grande triplice
Que seca meu pranto
Renasce em mim
A alegria a esse canto
Esse timbre
Essa voz
Ja não me afeta
Não me é atroz
E eu to livre
Na selva Dele
E eu sou poesia
Em tuas mãos
E teus cascos me levam
Lavam
Elevam
Tua galhada me faz forte
Tua gargalhada me faz noite
E tua voz me é o norte
Ja deu-se a hora
Não sou presa a grilhões
Eu sou aurora
Feita de estrelas em seus milhões
Deslizando na imensidão
vivendo a base de harmonia
Enxergando aqueles que me tiraram os grilhões
Nessa falta de nostalgia
Amando a mim mesma e o divino
Amando toda essa euforia
Em toda essa plenitude
Toda essa alegria